sábado, 12 de março de 2022

Volver

 Aqui regresso

desprovido de palavras

quando tanto há a dizer

de nada me podem valer.

O poeta vive da memória

do inatingível e intangível

por isso tanto se esforça

para fazer acontecer.

Aqui volvido

não sou o mesmo

o idealizado tornou-se um lugar

onde somente cabe a contemplação.

Neste ponto, perde-se o poema

fica a fruição.

A benção do silêncio

a serenidade

do nirvana:

a simplicidade.

Apenas me ocorre um

obrigado.

Prometo aqui voltar

no estar da memória

por enquanto, 

que me desculpe o outro

mas apenas há presente

.




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Vila do Conde, Porto, Portugal
A beleza torna a tristeza suportável.

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