sábado, 31 de julho de 2010

Porque será?



Porque escrevemos sobretudo em estados de tristeza ou alegria?

Porque quando estamos serenos, tranquilos ou indiferentes, queremos sobretudo contemplar.

A quem escrevemos?

A ninguém, falamos apenas para dizer, nunca leremos efectivamente o que escrevemos.


Que dizemos?

O que bem nos apetece, procurando a redenção e a absolvição, como se o não-sentido o pudesse ganhar, pelo simples facto de ser dito, e ainda mais escrito.

Como evitá-lo?

Lendo. Vivendo. Dormindo.

Pode o sentimento ser expresso?

Parte dele, tanto maior a parte quanto mais adequada e vibrante a linguagem.

Vale a pena?

É uma questão de economia, se o que resta é mais do que se gastou, sim, um grande poema para um pequeno sentimento, é lucro, mas parece-me uma impossibilidade.

Um poeta é um perdedor?

Sem dúvida, gastou o que tinha e o que lhe emprestaram.

Não é a poesia, a arte das artes?

Se o fosse, todos a leriam.

Quem a lê, então?

Os poetas.

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Vila do Conde, Porto, Portugal
A beleza torna a tristeza suportável.

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