terça-feira, 8 de fevereiro de 2011


Fevereiro

Aqui volto, de quando em quando,
como se o tempo não passasse,
no ecrã tudo é presente.

O tempo, agrilhoado no significado,
a tudo parece indiferente.

Fevereiro,
janeiro fora,
o amanhecer, a aurora, o prenúncio
de algo novo.

Fevereiro,
o mês suspenso.

Que me reservas, tu,
que tens para me mostrar,
onde me levas?

Limpa-se a borralha, recolhem-se as cinzas,
lentamente, desentorpecidos, despertam os sentidos,
é o fim da hibernação, da letargia e do recolhimento.

Pudesse eu viajar, a qualquer momento,
brincaria com as estações,
desafiaria o ciclo da vida,
alheio a crises, ao frio e a cogitações.

Detesto o frio.

Sorrio,
apago a vela de mais um aniversário.

Viajaria, sem dúvida, seguiria o sol, pensando nos que estão do outro lado,
contemplando o maravilhoso mundo,
o paraíso aqui e agora.

Nunca me sentiria só.

E eu, invisível, esquecer-me-ia de quem sou, faço,

sinto ou quero,
não me julgando desse modo.

Adoro-te sol, volta, finalmente.

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Vila do Conde, Porto, Portugal
A beleza torna a tristeza suportável.

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