segunda-feira, 3 de junho de 2013

Junho


Junho, bem-vindo!

Entra, invade, profusa, sê,
mês da fertilidade, do solstício, do verão.

Anda, junho, aquece,
gáudio da casa, do jardim, do coração.

Anuncia-te o vento, a verdura, a cigarra,
és som, luz e cheiro.
 
Não há sombra, bolor, mofo, humidade,  
sinusite, hérnia, artrite ou tosse.

Irrompes noite dentro, chamas a alvorada,
conquistas cada obra, ato, hiato e lapso.

Enches, junho,
és macho.

Respeito-te, reverencio-te, vences,
mas, atenção, não te venero!...

Por seres óbvio, brutal, teatral,
desnudas sem preconceito, cogitação ou hesitação,
arrumas em quatro tempos, és assim, brutal.

Eu, não sou assim,
sou março, setembro,
o início de qualquer coisa, 
uma consciência incessante.

Se eu fosse julho, seria como tu,
abriria a porta, despachava o serviço e,
no fim, deixaria saudade e suspiros.








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A beleza torna a tristeza suportável.

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