segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Janeiro


Olá janeiro, sê bem-vindo,
Mês primeiro, primordial,
Início da mudança, da interioridade, da aprendizagem.

Chegas, resoluto,
Fazendo crescer o dia em cada jorna que passa.

Armazenas a água, o musgo e o frio que há-de salvar a natureza,
tua mãe.

E, ao fim do primeiro dia,
És pai, descobres, compreendes, perdoas, sim, 
mas, endureces,
assim és, janeiro, e queres,
A tua vontade é indómita, imparável e irreversível,
Qual translação da terra...

Não terás o espólio de dezembro, teu pai,
conheceste a verdade mas esqueceste-a,
é e será sempre assim, cada ano é um novo,
ela habita em ti, no teu coração,
e não na tua memória.

Não és perdão, nem afeto, nem conquista ou criação.

És união.

Junta-te ao fluxo do devir, 
liberta-te,
nas palavras, nas conquistas, nos tesouros
na vivência real do momento ideal.

A marca necessita da mão, da força.

Emerge, janeiro, imparável,
Prenúncio das tempestades,
Inverno és, pois, não disfarces,
Não esperes mais um ano, janeiro,

Mostra-te e acontece.


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Vila do Conde, Porto, Portugal
A beleza torna a tristeza suportável.

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